Entidades condenam interferência de políticos em Suiá Missu


Xavante


Famílias de não-índios têm até o dia 6 de dezembro para deixar a área, no Vale do Araguaia.


A interferência de políticos mato-grossenses no processo de desocupação dos posseiros que vivem na Terra Indígena de Marãiwatsédé é repudiada por várias entidades, como a Opan (Operação Amazônia Nativa), Formad (Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento) e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Os 165 mil hectares de Marãiwatsédé ficam nos municípios de Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, no Vale do Araguaia, no Nordeste de Mato Grosso .

Uma comissão liderada pelos deputados Baiano Filho (PMDB) e Wellington Fagundes (PR) agendou uma reunião, nesta quinta-feira (22), na comunidade de Posto da Mata, onde estão assentadas as famílias. Os moradores têm até o dia 6 de dezembro para deixar as casas, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para as entidades, as “reuniões” e “vistorias” promovidas pelos parlamentares podem ser, na verdade, ações para incentivar a violência e a desobediência contra a decisão do STF, de desocupação da área pelos não-índios.

Em nota pública, as instituições questionam ainda a quantidade de pessoas que deverão deixar suas casas - cerca de 7 mil, conforme os posseiros - e citam dados do Censo 2010 do IBGE, que indicariam que menos de 1,5 mil vivem no local. Íntegra.